Mercado de Eletrodomésticos no Brasil: análise e tendências do setor em 2023


Mercado de Eletrodomésticos no Brasil


Quantos eletrodomésticos você tem ao seu redor neste momento? Cafeteiras, televisores, geladeiras e tantos outros aparelhos fazem parte dos lares brasileiros e são vendidos às dezenas. E, como não poderia ser diferente, tamanha demanda torna o mercado de Eletrodomésticos um dos mais importantes para a economia do país.


Mas qual é a real importância desse segmento para o e-commerce? Será que vender itens desse tipo pela internet realmente compensa, considerando frete e outros fatores? Já te adiantamos que sim, compensa muito! E, para te explicar os motivos, reunimos neste artigo números e tendências do setor de Eletrodomésticos que você precisa conhecer.


Ao longo do texto, também compartilhamos algumas análises do Head de E-commerce da Ebit|Nielsen, Marcelo Osanai, sobre o setor de Eletrodomésticos brasileiro. Confira!




Por que o mercado de Eletrodomésticos é um excelente negócio: 4 motivos


No Brasil, investir na venda de eletrodomésticos é um ótimo negócio. Os motivos são diversos: desde a cultura, que valoriza as famílias que têm mais de um eletrodoméstico em casa, até o ticket médio, que costuma ser um dos mais altos e, por isso, é destaque para os lojistas. Mas vamos nos aprofundar melhor!


1. O consumidor brasileiro é apaixonado por eletrodomésticos


Não há dúvidas de que os brasileiros adoram um bom eletrodoméstico. Dados do IBGE referentes a 2018 revelam que 98,3% dos domicílios do país têm geladeira, e que 96,4% das residências têm ao menos uma televisão — de tela fina, em 74,3% dos casos. Ou seja, a categoria está presente em praticamente todos os lares do Brasil.


Outro indicador do favoritismo é o alto volume de buscas online por eletrodomésticos. Segundo dados de agosto de 2022 do NZN Intelligence, os equipamentos domésticos representam 34,8% da preferência nas compras online.


2. O faturamento da categoria só cresce


Além de ter demanda recorrente e volumosa entre consumidores, o setor de Eletrodomésticos movimenta muito dinheiro no país.


A produção dessa indústria cresceu 15,6% entre janeiro de 2020 e de 2021, segundo a Abinee, e a previsão da Statista é que a receita do setor tenha uma alta anual de 2,91% até 2025. Mesmo com a leve queda de 4,9% em 2022, essa perspectiva não deve se alterar.


No e-commerce, os números são ainda mais chamativos, conforme explica Marcelo Osanai: 


“A categoria de Eletrodomésticos no e-commerce, segundo a medição da Ebit|Nielsen, cresceu 35% em 2020, com 10% de importância em relação a pedidos. Ou seja, é uma categoria importante para o segmento e, tradicionalmente, é uma das que mais se destacam no e-commerce.”



3. O setor tem um dos maiores ticket médios do mercado


O ticket médio é um dos KPIs mais importantes no varejo porque indica o poder de consumo do público e impacta diretamente a saúde financeira do negócio. 


O setor terminou 2020 com um ticket médio de R$ 1.600, perdendo apenas para Telefonia. Esse valor representa uma alta de 26% em relação ao gasto médio por compra registrado no 3º trimestre de 2019, conforme apontam as últimas edições do Relatório Neotrust.


Em 2021, a categoria se juntou aos setores de celulares e eletrônicos, formando a tríade dos segmentos de maior faturamento.


“A importância de pedidos é 10%, mas a importância de faturamento é 19%. Ou seja, essa categoria se destaca pelo maior ticket de compra. Apesar de ser uma categoria um pouco mais madura, ainda assim a gente observa crescimentos muito altos.” — Marcelo Osanai.


4. O segmento está entre os mais relevantes do e-commerce


Você notou que em todos os fatos anteriores citamos o e-commerce? Eletrodomésticos se tornou uma das categorias mais importantes do varejo online — por isso, os números do setor estão ligados à expansão das vendas online no Brasil.


Quando analisamos os resultados dos marketplaces brasileiros, a relevância de Eletrodomésticos fica ainda mais clara. O setor teve o 3º maior crescimento em número de pedidos nesses canais, com alta de 41% entre 2019 e 2020. Além disso, o share da categoria no volume total de compras foi de 13%, segundo a Ebit|Nielsen.


As grandes tendências do setor de Eletrodomésticos para 2022


Para ter sucesso em qualquer negócio, não basta focar no momento atual. É preciso planejar uma estratégia de médio e longo prazo a partir das oportunidades do mercado. Por isso, compartilhamos abaixo algumas tendências do setor de Eletrodomésticos que você não pode deixar de acompanhar. Olha só!


Digitalização dos canais de venda


Você que chegou até aqui na leitura com certeza já entendeu que a digitalização das vendas de eletrodomésticos é fundamental, certo? Se a demanda por itens dessa categoria já era historicamente alta, com a pandemia ela ficou ainda maior, principalmente nos canais digitais.


A população passou a maior parte do tempo em casa e, com isso, houve um aumento significativo na compra online de aparelhos domésticos. Entre os produtos que registraram alta procura no comércio eletrônico em 2020 estão:



  • Aspiradores de pó

  • Liquidificadores

  • Fritadeiras elétricas

  • Ventiladores

  • Cafeteiras

  • Processadores de alimentos

  • Batedeiras

  • Geladeiras


O que essa tendência demonstra? Que marcas que não têm presença online estão perdendo muito dinheiro. E um estudo divulgado pela Ibre/FGV em 2020 comprova isso: 58% das fabricantes de bens duráveis começaram a investir em canais online depois que a pandemia começou.


Para os próximos anos, a tendência é que o digital só cresça, visto que 74% dos brasileiros preferem comprar online.




Operação direct-to-consumer (D2C)


Pensando em digitalizar as vendas, muitas marcas de eletrodomésticos começaram a operar no modelo direct-to-consumer (D2C). Nesse formato, as fabricantes utilizam canais digitais para atender diretamente o cliente final. As plataformas utilizadas vão de site próprio a redes sociais, mas o real destaque vai para os marketplaces


“Eu vejo isso como uma estratégia de diversificação. Para empresas de grande porte e grandes marcas, é superimportante que elas tenham sim uma plataforma onde vão poder se conectar com os consumidores e transmitir as informações que sejam estratégicas, de forma a terem controle do conteúdo e da plataforma”, afirma Osanai.


“Os marketplaces são as plataformas com o maior tráfego — então, não é uma possibilidade não estar presente nelas. Estar presente nos marketplaces é, basicamente, ter exposição aos consumidores e poder alcançá-los. Os lojistas têm que diversificar, têm que estar presentes.” — Marcelo Osanai.


Investimento em logística fulfillment


Outro destaque do segmento de Eletrodomésticos é o investimento em eficiência e competitividade logística. Como produtos pesados e de grande porte têm frete mais caro — especialmente para as regiões Norte e Nordeste —, fabricantes e varejistas do setor estão buscando alternativas para otimizar essa etapa da venda online. 


Não à toa, duas gigantes do e-commerce inauguraram seus primeiros centros de distribuição no Nordeste recentemente. A Amazon escolheu Pernambuco para isso, enquanto o Mercado Livre decidiu sediar na Bahia seu terceiro CD.


O Head de E-commerce da Ebit|Nielsen analisa essa tendência: “Pensando nas regionalidades, o destaque vai para o Nordeste e o Norte, que têm uma taxa de crescimento muito maior por oportunidades de desenvolvimento e pela diversificação e democratização do próprio e-commerce em relação às regiões do país.”


“Não pode só se concentrar no Sudeste, tem que se diversificar e estar atento às necessidades dos novos consumidores” — Marcelo Osanai.


O olist também está investindo na redução de custos de frete por meio do programa olist pax, que oferece a lojas parceiras uma série de vantagens logísticas. Entre elas estão:



  • Contratos exclusivos com Correios e transportadoras

  • Redução no valor de frete

  • Entrega de pedidos em tempo recorde

  • Coleta de pedidos em até 24 horas (*confira as regiões)


Fortalecimento dos produtos 5G no Brasil


A chegada da tecnologia 5G vem movimentando o mercado brasileiro. Isso resulta em diversas inovações para produtos de casa, escritório e cidades como um todo.


O 5G pretende revolucionar a indústria digital, trazendo mais conectividade, interação e inteligência para oferecer personalização ao consumidor. E engana-se quem pensa que apenas os eletrônicos devem se beneficiar de todas essas conexões: já existem empresas investindo em tênis e escovas de dentes conectadas, por exemplo.


Ou seja, nenhuma área deve ficar para trás. Ainda assim, é preciso saber se os consumidores vão aderir rapidamente, ou se os testes — principalmente de conectividade — se manterão em pequena escala durante um tempo.


Casas inteligentes e conectadas


Já pensou em quantas vezes você saiu de casa sem lembrar se tinha tirado o ferro da tomada? Ou se tinha fechado a porta? Ou mesmo acabou de chegar do mercado e esqueceu de comprar um ingrediente especial?


Tudo isso pode ser resolvido quando a sua casa é inteligente e está conectada a outros produtos, bem como eletrodomésticos, por uma mesma rede.


Essa conexão permite que todo o espaço seja controlado à distância por um smartphone, por exemplo. E, com a ajuda da inteligência artificial, a sua geladeira pode fazer um mapeamento de todos os produtos para que você nunca se esqueça de comprar o que precisa.


Esses são apenas alguns casos de uso que já são realidade em muitos países — inclusive no Brasil. 


Ainda que a democratização desses produtos não tenha se dado em grande escala, não é possível ignorar que essa conexão entre seu celular, sua casa e tudo o que há dentro é uma tendência forte para os próximos anos.


Sustentabilidade e economia no dia a dia


As gerações mais novas estão cada vez mais atentas às maneiras como as marcas se expõem e como criam seus produtos. Segundo pesquisa realizada pela First Insight, 73% estão dispostos a pagar um preço 10% superior em produtos sustentáveis.


Além dessa pressão geracional, empresas que se preocupam com o meio ambiente devem receber mais benefícios governamentais e evitar multas, visto que o mundo inteiro está olhando para a sustentabilidade.


Outro ponto, olhando para os dias atuais, é que os produtos da linha branca costumam ser mais econômicos no uso diário quando são feitos de maneira sustentável, com tecnologias que valorizam o meio ambiente.


[Entrevista] Vídeo completo com Marcelo Osanai, da Ebit|Nielsen


Agora que você já conhece os números e tendências do setor de Eletrodomésticos, aproveite para assistir à entrevista com o Head de E-commerce da Ebit|Nielsen, Marcelo Osanai! No vídeo, ele analisa os desafios e oportunidades desse mercado no Brasil, aponta tendências e cita cases de sucesso do segmento. Além disso, comenta os resultados publicados na 43ª pesquisa Webshoppers, produzida pela Ebit|Nielsen e BEXS.


Confira o vídeo e os principais destaques a seguir!




Quais são os principais desafios e oportunidades do setor de Eletrodomésticos?


“Hoje, eu diria que os principais desafios seriam principalmente facilitar a interação do consumidor nas plataformas. Com a pandemia e a restrição do comércio tradicional, o acesso às lojas fica dificultado. Ou seja, poder conhecer o produto para que o consumidor possa tomar a decisão é um pouco mais complicado hoje por não ter esse acesso físico.


Então ter um atendimento de qualidade no mundo online vai ser superimportante para a experiência que hoje não existe no cara a cara — a experiência física de poder tocar um eletrodoméstico específico e ter a certeza da decisão de compra. O mundo digital tem essa limitação, mas com um atendimento personalizado, de plataformas com mais tecnologias que permitam reduzir essas distâncias, vem a oportunidade de ainda assim esse segmento crescer bastante.”


Quais tendências você enxerga para a categoria neste e nos próximos anos?


“Com toda a consolidação da logística no Brasil em relação ao e-commerce, a gente pode esperar fretes mais rápidos, que são uma vantagem para o consumidor. Uma vez que ele toma a decisão, o produto vai estar muito mais rápido no domicílio. Isso melhora a experiência. 


E a outra questão são as novas tecnologias que vão facilitar todo o processo de compra, através de realidade virtual ou inteligência artificial para facilitar a navegação nas plataformas. E também a tecnologia que possa integrar todo o processo de compra, desde encontrar a plataforma, tomar a decisão e fazer o pagamento. Uma forma integrada e muito mais fluida.”


Para você, quais empresas são os cases de sucesso do segmento?


“As empresas mais tecnológicas. Algumas que vêm à mente — não tanto em relação à própria informação, mas em relação ao conhecimento do mercado — são grandes lojistas, como Magalu, Casas Bahia e Americanas. Elas são destaques em relação à venda de eletrodomésticos, com plataformas modernas e com alto alcance da população, e também se aproveitando hoje do awareness, da marca que eles têm. 


Todo mundo conhece, e, quando se pensa em eletrodomésticos, essas são as primeiras marcas que vêm à mente. Basicamente, eles criaram toda essa estrutura de logística e de e-commerce, de plataforma, para servir os clientes durante a pandemia. 


Em relação a marcas de produto, me vem à mente a Samsung, que está muito presente no mercado de Eletrodomésticos e tem plataformas próprias também. Ou seja, está investindo bastante nesse mundo digital.”



Use as tendências do setor de Eletrodomésticos a seu favor e acelere suas vendas


Apesar de maduro, o mercado de Eletrodomésticos não para de crescer no Brasil. A categoria está ganhando destaque em diversos indicadores e se tornando cada vez mais relevante para o e-commerce do país. Sendo assim, investir na venda online de itens dessa categoria é aposta certeira para faturar muito mais!


Se você é fabricante ou varejista de eletrodomésticos, é hora de reforçar a presença online da sua marca no setor. Para isso, conte com soluções de venda como olist store, que oferecem diversas vantagens para vender em vários marketplaces ao mesmo tempo. 


Lembre-se que, mesmo que a sua empresa já conte com uma loja de eletrodomésticos online, é importante diversificar os canais de vendas. Afinal, mais canais significam mais possibilidades de fechar novos negócios!


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